sexta-feira, 13 de maio de 2016

A Hi$tória do Dinheiro

Fotografia: David Stanley - Ibrahim-al-Ibrahim Mosque, Gibraltar (Flickr, CreativeCommons)
Looking north from the lighthouse at Europa Point, Gibraltar, with the Ibrahim-al-Ibrahim Mosque on the left.
História, por menos óbvio que pareça, é um conhecimento vital para qualquer pessoa que queira obter sucesso na vida. As informações históricas nos permitem realizar o engajamento necessário para promover mudanças substanciais no rumo dos acontecimentos. Também, é o que da significado às questões observadas, ou seja, serve como fundamento de reflexões para a elaboração de soluções, inéditas ou não; lembrando o passado podemos projetar o futuro.

Estatística é um bom exemplo de história, em forma de números, que nos permite fazer algo a respeito ou intervir efetivamente sobre o objeto de análise. Em uma empresa, podemos conhecer sua história através dos dados contábeis, apresentados em formas de Balanços Patrimoniais, por exemplo. Assim, a história nos fornece as informações necessárias para tomadas de decisões, de modo a evitar erros passados e projetar acertos futuros.

Para que possamos fazer bom uso do dinheiro, e obter controle sobre as finanças pessoais e empresariais (comerciais) precisamos entender os mecanismos financeiros subjacentes ou a sua estrutura submersa. Dinheiro ($), por definição, é um valor monetário que sofre variações de acordo com a moeda. Por sua vez, moeda é o nome dado ao objeto que representa o valor dado (dinheiro), podendo ser feito de ouro, prata, cobre ou qualquer outro metal cunhado.

De acordo com suas características, herdadas da região em circulação, a moeda recebe diferentes nomes: Real (Moeda do Brasil, representada por R$ ou BRL), Dólar (Moeda dos Estados Unidos, representada por US$ ou USD), Euro (Moeda da Europa, representado por € ou EUR) etc. O Cifrão ($), do latim cifra que significa zero (Ø), é o símbolo criado pelos árabes para cunhar as moedas (que por serem discos metálicos possuem forma de zero). O "S" representa os caminhos tortuosos e fluídos do comércio (águas do Estreito de Gibraltar - riqueza) e as duas barras representam as duas Colunas de Hércules (Monte Calpe e Monte Hacho - poder e força ou "plus ultra" que significa "mais além").
Edifício do Congresso Nacional do Brasil em Brasília (Projeto do Arq. Oscar Niemeyer)

Bancos e Criação de Moeda

Este objeto ou Moeda, ao longo da história era o dinheiro vivo, era o valor monetário em si mesmo contido de acordo com a nobreza ou raridade do metal feito. As primeiras moedas eram feitas de ouro  - são as Moedas Reais ou Verdadeiras - que passaram a ser guardadas em depósitos seguros chamados Bancos. Como são de difícil porte e fáceis de serem roubadas os bancos entregavam um documento (papel que certificava o depósito) que comprovava a propriedade do ouro de modo que o proprietário poderia negociar com esse Título ou Papel, de fácil porte e difícil de roubar. Este documento é que o se chama Moeda-Papel e representa o ouro guardado no banco.
Fotografia: Mauro Cateb - Centro Cultural Banco do Brasil, SP (Flickr, CreativeCommons)

Assim, trata-se de uma moeda lastreada em ouro ou metal precioso, como a prata (mais abundante) e o cobre. A Moeda-Papel tem valor material, logo limitado à mineração ou ao estoque dos metais ou mercadoria. Isso traz estabilidade econômica sem os efeitos da inflação, isto é, não há aumento generalizado dos preços permitindo que as trocas sejam fáceis de mensurar assegurando o mesmo poder de compra da Moeda-Papel. Em vez de entregar o ouro, os comerciantes entregavam esse Título de Propriedade para o vendedor, que podia sacar o ouro do banco entregando este documento.


Mas com o passar do tempo, os bancos começaram a emprestar dinheiro às pessoas emitindo Títulos sem lastro ou sem valor material. Estes documentos sem lastro recebem o nome de Papel-Moeda ou Moeda-Fiduciária, isto é, feito à base de confiança - que é a atual moeda impressa em cédulas. Não existe um bem material sendo trocado, apenas uma promessa de pagamento que rende Juro (ver Regime de Juros Simples) ao banco. Os banqueiros eram capazes de emprestar a propriedade de terceiros pois poderiam utilizar o depósito de todos os outros, todo o estoque do banco, para que o tomador do empréstimo pudesse sacar o ouro sem ter depositado.

Quando a pessoa pegava emprestado o ouro de outros, deveria devolvê-lo em determinado tempo e em uma quantidade maior. Assim é como o banqueiro ganhava dinheiro ou conseguia aumentar suas posses materiais sem produzi-los.  Hoje, não existe mais nenhum tipo de lastro material e o valor contido na moeda é a da produção ou rendimento do trabalho. Dois trabalhadores podem ganhar diferentes quantias de acordo com o valor do tempo individual de cada um, ou seja, de acordo com sua experiência, habilidade e conhecimento. Em outras palavras, capacidades raras ou extraordinárias valem mais do que as ordinárias. Este é o valor subjetivo do dinheiro.

As mercadorias em si mesmas são moedas, de modo que, nos primórdios as trocas eram feitas entre produtos alimentícios, como por exemplo, uma cabra por 50 Kg de arroz. O sal era uma das mercadorias mais valiosas e um dos alimentos mais necessários na sociedade. O organismo humano necessita de sal para sobreviver e por isso, as pessoas trabalham para conseguir sal, de onde surgiu o termo salário. Guerras entre nações aconteceram em busca de sal. O sal, por assim dizer é a moeda dos trabalhadores ou operários, enquanto que o metal a moeda dos exploradores ou proprietários. Assim, o rendimento do trabalho é o sal (tempero) da sociedade enquanto que o rendimento do capital o açúcar (doce).

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